segunda-feira, 30 de junho de 2014

30 de Junho de 2014

Joana
Pegou do machado e meteu na virilha do motorista. Este imediatamente berrara. Sangue no rosto de Joana, um sorriso de canto de boca.
Patrícia
Tomara o machado da mão da amiga e pediu pra que essa segurasse os punhos do motorista. Recortou os braços dele. Jorros, jorros e mais jorros. Parecia uma fonte. Não mais o motorista vivia.
Ângela
Prendeu os cabelos num coque. Levou o machado aos céus e começara a fatiar o motorista como se fosse um salame. Vez outra exigia mais força pois o osso exigia ser quebrado. Mas não era problema. Estraçalharia. A cada machadada ela sentia um alivio, um quase orgasmo.

-Pronto.—disse ela sorrindo.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

26 de Junho de 2014


Conto: O Sótão

-Trancou a porta do sótão bem?—perguntou Elisabeth.
-Sim, tranquei querida— respondera Michael marido de Elisabeth.
Estavam no corredor da casa onde moravam que dava para o sótão. A pouca luz do corredor dava a feição de seus rostos algo quase inumano...
***
-Michael?Michael?— chamou Elisabeth, cutucando  o marido na cama.
-O que foi?—disse ainda sonolento.
-A policia está aí...
***
-Desculpe o incomodo a essa hora da noite, mas é que recebemos a denuncia de gritos vindo de sua casa, então tivemos de verificar...
O policial revirara a casa inteira em busca de algo. Porém,não encontrara nada. Despedira-se do casal desculpando-se.
-Desculpe mais uma vez o incomodo...
-Sem problemas— respondera Elisabeth fechando a porta.
Em seguida, Elisabeth e Michael abriram a porta, acenderam as luzes e começaram a descer a escada do sótão.
Charles estava num canto do sótão encolhido como uma pomba ferida tentando dum gato.
-Quem mandou você gritar Charles?—gritara Elisabeth.

Charles se encolhera como um pequeno rato.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Perguntas e Respostas

Pergunta: Por que você escreve?

Resposta: Escrevo, pois não saberia viver sem sobreviver a cada palavra escrita e inventada. Não conseguiria ficar sem morrer e ressuscitar a cada parágrafo.

terça-feira, 24 de junho de 2014

24 de Junho de 2014



conto:

Autômato

Colocou o cartão de memória na reentrância, apertou o botão e torceu. Tinha que funcionar. Apertou o botão pequeno de cor verde quase imperceptível na nuca. Esperou. Um estalido metálico.
Ele olhou a máquina se mover. Era exatamente como ela. Aproximou-se e a encarou. Pode resgatar lá no fundo vítreo e obscuro de seus olhos algo que rememorasse a Moira. Não sabia o que era.Na verdade sabia,contudo,não conseguiria exprimir em sentença.
Tocou a pele emborrachada e fria. E a beijou ternamente.
Ela não correspondera.


segunda-feira, 23 de junho de 2014

23 de Junho de 2014


conto: Eleonor e a Raposa

Eleonor sabia que se eles continuassem a desmatar a situação só iria piorar. Para que construir mais hotéis naquela cidade? Para quê?
Ao anoitecer entabulara uma conversa com o prefeito da cidade. A luz de velas e ao som de harmoniosos violinos ao fundo.
-Então, bióloga o que você deseja?
-Desejo que você pare de desmatar, Joe...
Joe olhou para bióloga brasileira com ternura. Não deveriam ter se separado. Eleonor era uma ótima esposa.Porém,muito extremista quando o assunto era ecologia.
-Infelizmente, não o posso fazer querida...—disse ele levando a mão na de Eleonor como se fosse uma serpente,mas Eleonor se esquiva pegando a taça de vinho tinto.—O projeto que estamos a realizar só traria benefícios para cidade.
-Então essa é a sua palavra final, não é?—perguntou ela encarando-o.
Joe anui a cabeça.
Desmataram o resto da floresta. Construíram em seu lugar vários hotéis de luxo. Os animais amendotrado e famintos fugiram para o local mais próximo onde encontrariam comida e água facilmente.
Raposas dominavam as ruas. Algumas chegaram atacar crianças. Os pais e filhos acossados mantinham-se ilhados em casa.
Casa do prefeito: noite, uivos altos e raivosos. Ele soubera da invasão de raposas na cidade, contudo, estivera tranqüilo até agora já que onde morava seria impossível elas invadirem.
Levantou-se. E pôs-se a observar da janela de seu quarto.

Eleonor estava nua e raposas e outros animais observavam Joe com olhos cintilantes.

domingo, 22 de junho de 2014

sexta-feira, 20 de junho de 2014

20 de Junho de 2014


a notícia:


o conto:

A Foto
- Por que tínhamos de vir justo pra cá Marcos? Credo, esse lugar me dá arrepios... —disse Lorena esfregando os braços. Estava frio e uma densa neblina cobria todo o Alcatraz.
-Ué,fotografar...
-Não, seja cínico Marcos...—disse ela sorrindo.—Viemos aqui por causa do meu ensaio fotográfico. Nada mais.
-Certeza?—disse ele erguendo a sobrancelha grossa.
-Sim, certeza –responde atrevida. Aproximou-se de Marcos. Beijou-o e pegou da máquina que estava em suas mãos.—Tire a roupa,vamos.
-Você está louca?
-Não. Vamos, tire a roupa.
Marcos sorriu e começou a se despir. Casaco, calça sapato. Ficara só de cueca.
Fora então que Lorena começara a fotografá-lo: click,click,click. Tirara muitas fotos, muitas.
-Acabou já?—perguntara Marcos ao notar que Lorena parara de tirar fotos. Centrada, ela observava a máquina. Isso preocupara Marcos. —O que foi?
Estende a máquina ao fotografo.
No visor, Marcos estava com a língua pra fora e vesgo, mas o que chamava atenção era a pessoa atrás dele. Um homem com saco de papel com dois furos na altura dos olhos,segurando um machado. Olhou imediatamente para trás.

Não havia nada.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

19 de Junho de 2014

o conto :

Tomei a pílula. No mesmo momento surtira efeito. Não era mais o Zervick tolo. Agora era o Zervick herói. Olhei para os lados. Eles estavam todos ali: sombras, encapuzadas de olhos amarelados... Sombras. As sombras daqueles que foram mortos na trincheira...
-Vamos, soldado, vamos!!—ouvira alguém dizer. Procurara por todos os lados. Suava frio. —Corra e atire a bomba, vamos soldado, vamos!
Corri. De repente, a enorme sala parecia ter aumentado de tamanho. Sacudia a cabeça. Não estava mais na sala...
-Ei,soldado o que você está esperando?Vamos, soldado, vamos puxe o pino!
Corri. Corri. Corri. Desviei das balas que como zangões queriam me atacar. A granada, a bomba que se eu puxasse o pino estouraria após segundos, estava firmemente em minhas mãos. Suava. Fechei os olhos e ia puxar o pino...
-Você está bem, cara?

Me perguntou um rapaz me encarando. Estava sentado sobre um velho sofá.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

18 de Junho de 2014

a noticia : 



o conto:

A Cena

Click.Click.Click.Click.Click.Click.
A máquina captava cada micro segundo daquela grandiosa cena. Raul, não poderia piscar, pois poderia perder algo de extrema importância.Mantinha-se quieto,acocorado em um ressequido arbusto,empunhando a máquina de fotografar. O calor de mais de quarenta graus, empapara por completo a camiseta azul que vestia de suor.
Porém, não ligava apenas observava e fotografava: a girafa malhada e pardacenta, cambaleando dentre os enormes e áridos seixos. Ela estava cansada. Não agüentaria mais. Isso, ela e os dois leões que a perseguiam já sabiam. Os leões, ou melhor, as leoas estavam famintas e estressadas por ter gasto energia indo atrás daquela girafa. Contudo, elas sabiam que valeria a pena. A girafa estava avariada de um dos olhos e muito doente.
Raul continuava a fotografar. Foi então que a câmera capturara: as patas exaustas de tanto caminhar, tropeçara numa rocha, levando o animal ao chão. As leoas com toda fúria e fome saltaram nos flancos do gigantesco animal.Sem forças para resistir a girafa acabara virando banquete.
Após fotografar aquela cena,Raul se encontrava num estado de choque e euforia: choque,pois sentira pena do animal e euforia, pois teria como pagar agora a conta do luxuoso hotel em que se hospedara.

terça-feira, 17 de junho de 2014

17 de Junho de 2014


a notícia:


o conto:

Doroti e o Furacão

Doroti segurava Melissa com muita força. Era a sua única amiga. Olhou para as nuvens negras no céu e o furacão saindo dentre elas vindo em sua direção.
Mirou a boneca de pano pendente em sua mão direita. Melissa não se pronunciava por quê?,pensou a garota. Momento antes de fugir do sótão de sua casa pode ouvir Mel, lhe dizer que aqueles dois furacões as levariam a terra de Oz. Contudo, a boneca de pano calara-se em seu mundo de imobilidade.
O vento se tornava cada vez mais forte. O milharal se curvava a aquela força que parecia inexorável. A ventania silvava... Parecia tentar se comunicar com a pequenina garota.
Doroti deixou as lágrimas fugirem para logo em seguida enxugá-las com os punhos. Olhou para trás. Ainda dava tempo de voltar. Voltar para casa. Retornar aos braços apertados e ternos de sua vó que adormecera no sótão.
O furacão se aproximava.
Olhou mais uma vez para casa de madeira.
Observou Mel por uns instantes e esta lhe sorrira.
Não poderia voltar. Teria de  ir a Oz. Não poderia voltar.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

16 de Junho de 2014

a notícia: 

o conto:

Acúmulo

Acumulava, pois me sentia vazia por dentro e por fora. Então para preencher tal vazio eu acumulava, revistas e cartas. Já era conhecida na vizinhança por passar em frente às casas, indo aos montes de lixos assentados nas calçadas, em busca de revistas e jornais de hoje e ontem.
Nenhum de meus vizinhos falava comigo, pois eu os evitava. Eram hipócritas. Falavam de mim pelas costas, afastavam-se de mim quando transitava na mesma calçada ou rua como se fosse uma espécie de diabo. As crianças  destes, crentes, no que os pais narravam sobre mim, fugiam terrificadas.Havia aquelas mais ousadas quais lançavam pedras em direção ao meu telhado ,vidro de minha janela.
Aquilo tudo só me aumentava o buraco que sentia em meu âmago.
Tinha de acumular, tinha de acumular, tinha de acumular, tinha de acumular, tinha de acumular, tinha de...
Quanto mais o tempo passava, mais eu acumulava. Era como se um buraco negro existisse dentro de mim. Um poço sem fundo. Enquanto, atulhava minha casa com essas coisas, fingia que não notava que o espaço dela diminuía cada vez mais. A casa estava ficando inabitável, contudo, continuava vazia.
Certa noite subo ao segundo andar de minha casa para por umas revistas que recém coletara.Desço e vou me deitar na sala: único lugar ainda habitável. Fecho os olhos e sinto o vazio percorrer todo o corpo. De repente, ouço um estalo fortíssimo vindo do alto e....